Nada acontece por acaso, e não foi por
acaso também que bati os olhos nesses ensinamentos, ao ler “Doutrina Secreta”.
“... oh! irmão, não é que você vai deixar
de se filiar diretamente à Sagrada Corrente Astral de Umbanda, composta
essencialmente dos Guias e Protetores astrais; passe por cima dessa subfiliação
que implica
em você se deixar cair, ou envolver, na faixa vibratória de um médium qualquer,
quer seja chefe de terreiro, pai ou mãe-de-santo, tata ou lá o que for.
Isso porque as condições reinantes, de
chefia, doutrina, ritual e magia, são dúbias, e você sendo urna
pessoa que lê, estuda, perquire e compara, na certa não vai, nem deve,
submeter-se a um "quiumba" qualquer, arvorado a caboclo ou
preto-velho.
Você, sendo um verdadeiro "filho de
fé" da Corrente Astral de Umbanda, não deve ficar na dependência e no
temor dos "caprichos de A ou de B", sabendo que o elemento mediúnico
é humano; é "aparelho" sujeito ao desgaste, erro, subversão de sua
própria mediunidade ou dom.
E mesmo que o médium seja bom, positivo,
correto, esclarecido e com bons Guias ou Protetores, está sujeito a morrer,
adoecer e a errar também, podendo inclusive surgir um problema qualquer no terreiro
com você e conseqüente afastamento; portanto, a filiação direta e tão-somente a
faixa espirítica, moral e vibratória de um chefe de terreiro não é o
bastante para lhe acobertar de eventuais problemas ou decaídas mediúnicas, cisões, etc.
Entenda bem: se você é filho de santo ou
iniciado por um Guia ou Protetor de um médium, está, ipso
facto, ligado
essencialmente quer à sua corrente espirítica mediúnica, quer às suas condições
mentais ou psíquicas, morais, etc., isto é, fica envolvido inteiramente em sua orientação,
práticas, subpráticas ou rituais.
Se ele morre, erra ou decai na moral e na
medi unidade, lógico que você fica impregnado, comprometido com todos os
fatores mágicos, ritualísticos ou práticos e astrais a que tanto se ligou por
intermédio dele, e se você brigar com ele e se afastar, muito pior, porque
haverá forçosamente um impacto moral, mental, astral, isto é, um choque de correntes,
quer a razão esteja com você, quer com ele, e como a maioria desses chefes são
vaidosos e cheios
de sensibilidade, esperam que o caso não fique assim ... assim ... entendeu,
não
é?
Por essa e por outras é que existe,
acertadamente, no culto africano a tirada da mão de vumi, isto é, ninguém
que enxergue um palmo do assunto deseja ficar ligado às influências astrais do
defunto "pai-de-santo", ou aos impactos decorrentes de uma decaída ou
cisão.
E se levarmos diretamente ao caso do erro
ou da subversão dos valores morais-mediúnicos, tanto pior, pois aí é que você
vai receber a metade
da pancadaria, ou
melhor, as sobras da derrocada. Lógico. Você estava ligado, comprometido e até
participava de trabalhos
especiais constantemente
(embora inocente ou inconscientemente, na confiança), como queria ficar isento
dessas injunções? Magia é magia. Astral é astral. Ligação é ligação. Raciocine,
entenda e compare.
Então, não convém a ninguém (adepto ou
iniciado) ficar sujeito a essas eventualidades ou condições, mesmo que o médium
seja da linha
reta, em
tudo por tudo. Não mantenha ilusões, estamos lhe dando um recado, que vem muito de
cima e não de baixo.
O que lhe convém é se pôr a coberto de qualquer uma
dessas eventualidades, filiando-se por cima de tudo isso e diretamente à Corrente Astral
de Umbanda - a sua Cúpula Astral, composta dos Guias Espirituais, que são os
seus legítimos mentores; esses jamais subverterão essa cobertura, essa
proteção, porque não são humanos, não são médiuns.
Paz e Luz!
Tania Lacerda.