Sim, sou uma guerreira!
Não pelo modismo da palavra, mas pelo desenrolar da minha própria vida. Porque
percebi antes mesmo de vir para este mundo que se eu não lutasse por minha
sobrevivência, eu aqui não estaria. E digo isso, porque como contava minha mãe
e minha avó, nasci roxa e com a cabeça em forma de um mamão, devido ao tempo
que tive que lutar para vir ao mundo, contra a sala de parto, que se encontrava
suja e o sono do obstetra que faria o parto de uma menina, minha mãe, na época
com 17 anos.
Sim, minha vinda a este
mundo foi conturbada e complicada, pois ser impedida de nascer no ato da
coroação no ventre de minha mãe, através de respirações longas e profundas, e
no empurrar constante para dentro de minha mãe, a fim de que eu não nascesse
naquele momento, porque uma sala de parto ainda não estava pronta e o médico
que faria o parto encontrava-se dormindo, é no mínimo complicada.
Entretanto, há 57 anos
atrás, já era demonstrado para mim não uma vida de lutas diárias e constantes,
mas uma vida repleta de oportunidades para que eu mostrasse quem realmente eu seria:
UMA GUERREIRA.
Uma guerreira que com
certeza, prefere os desafios às zonas de conforto.
Uma guerreira que aprendeu
que não há sucesso; não há vitória, sem luta, sem determinação, sem
persistência, sem consistência e sem trabalho. Mas atentem ao detalhe, que
embora o significado da palavra “trabalho” tenha um sabor de tortura, de
sofrimento, pois a palavra remonta à
sua origem latina: tripalium (três paus) - instrumento utilizado para subjugar
os animais e forçar os escravos a aumentar a produção; trabalho para mim
significa VIDA, algo que não preciso explicar, após a minha luta para hoje
estar aqui escrevendo esse texto.
O que pretendo mostrar com o que aqui está escrito, é que se acreditamos
na nossa capacidade de mudança, de intervenção e transformação de uma
realidade, vencemos.
É mostrar que quanto maior a dificuldade, maior a oportunidade de você
se superar; maior a oportunidade de você tornar-se mais forte, e maiores serão
os resultados obtidos.
Reza um ditado indígena, que só leva pedrada árvore que dá frutos. É
óbvio! É claro que quanto mais dificuldades você tem, mais criativo você se
torna, pois a luta pela sobrevivência é parte inerente dos seres vivos. Nosso
instinto animal nos faz lutar contra qualquer coisa que queira nos destruir, ou
seja contra a preservação de nossa espécie. Logo, a cada luta travada, novas
estratégias são criadas, novas ferramentas e instrumentos de defesa e ataque
são testados.
Dessa forma, se o seu momento atual lhe incomoda, não está de acordo com
aquilo que você quer e sonha pra você, tome uma atitude. Este na verdade, é o
primeiro passo: ATITUDE.
Atitude é um impulso que
nos leva a tomar uma decisão em momentos inesperados. E para se tomar uma
atitude é preciso coragem, decisão e até mesmo ousadia. É preciso acreditar que
aconteça o que acontecer, continuaremos lutando, porque somos capazes. É
preciso acreditar que tomamos uma atitude não para vencer, mas porque somos
VENCEDORES.
Entretanto, deixo a vocês
dois textos importantíssimos em meu caminhar, que espero assim também o seja na
vida de todos vocês:
"Não se apresse em acreditar em nada, mesmo se
estiver escrito nas escrituras sagradas. Não se apresse em acreditar em nada só
porque um professor famoso que disse. Não acredite em nada apenas porque a
maioria concordou que é a verdade. Não acredite em mim. Você deveria testar
qualquer coisa que as pessoas dizem através de sua própria experiência antes de aceitar ou rejeitar algo."
(Siddartha Gautama, o Buddha, Kalama Sutra
(Siddartha Gautama, o Buddha, Kalama Sutra
“Quando curiosamente te
perguntaram, buscando saber o que é aquilo, Não deves afirmar ou negar nada.
Pois o que quer que seja afirmado não é a verdade; E o que quer que seja negado
não é verdadeiro. Como alguém poderá dizer com certeza o que aquilo pode ser,
enquanto por si mesmo não tiver compreendido plenamente o que é? E, após tê-lo
compreendido, que palavra deve ser enviada de uma região, onde a carruagem da
palavra não encontra uma trilha por onde possa seguir? Portanto, aos questionamentos, oferece-lhes apenas o
silêncio, Silêncio – e um dedo apontando o caminho.” (Shakyamuni Buddha)
Paz e Luz!
Tania Lacerda.