Conversando ontem com minha irmã de sangue sobre uma entrevista feita a
uma astróloga em um determinado programa de televisão, sobre a quadratura de
Urano e Plutão; despertou em mim, a enorme curiosidade em pesquisar mais sobre
o assunto, e obviamente escrever sobre o tema. Estudante eterna de Astrologia
que sou esse tipo de aspecto – Quadratura – ainda mais entre esses dois
planetas – Urano e Plutão – é algo que não deve passar por despercebido em
nossas vidas, pela vital importância das mensagens que isso traduz.
Para o leitor que não sabe o que significa uma quadratura entre
planetas, informo que o aspecto ao qual chamamos de quadradura, é um
ângulo de 90º formado entre dois ou mais planetas, do ponto de vista aqui da
Terra. É um ângulo de “tensão”, um tipo de desacordo, conflito, contradição
entre os planetas. É quando algo estimula à enorme necessidade, seja do ponto
de vista individual ou coletivo, de transformação das estruturas de poder que
conhecemos e nos acostumamos, e enfrentamento do novo e alternativo, que se
manifesta na maioria dos setores da sociedade: político, econômico,
comportamental, social, religioso, sexual, legislativo, etc.
É aquele momento onde é preciso a
coragem de mergulhar dentro de nós mesmos para buscarmos nossas prisões
pessoais: ideias que não nos servem mais, dogmas nos quais já não acreditamos. Porém,
dá trabalho mudar regras que nos obrigaram a seguir, que, no entanto, já não encontram sentido em
nossas vidas, ações que fazemos mecanicamente sem nenhuma paixão, filosofia ou
religiões que não respondem às nossas perguntas ou questionamentos, relacionamentos
que estamos empurrando com a barriga. E em todo processo inicial de mudança,
quando algo nos incomoda, e somos estimulados às mudanças, outros
questionamentos rondam as nossas mentes. Mas como mudar? O que os outros
falariam?
Esses questionamentos que rondam,
como o que os outros falariam é também uma “prisão pessoal”, e acredito ser a
pior delas. Pois é exatamente o que tem nos aprisionado em comportamentos
mecânicos, crenças em necessidades que não são as nossas, mas sim as dos
outros, ações que tem mais a ver em preencher as expectativas alheias do que
suprir nossos reais desejos e necessidades.
Pois bem, uma quadratura entre
Urano e Plutão é de suma importância nesses momentos, pois, Plutão transforma
tudo isso em nossas vidas, e não pede autorização para fazê-lo. Ele nos arranca
da nossa zona de conforto, nos aprisiona, e nos joga diante de todas as prisões
que criamos para nós. Em contrapartida, Urano rompe com nossos padrões sem
pedir licença também, jogando-nos para o nosso futuro, sem o direito de voltar
para trás, muito menos carregar nossas prisões conosco. É difícil lidar com essas forças, muitos se
perdem, ou são levados mais pela influência de um, ou de outro planeta. E em
minha opinião, a única forma de encontrar o equilíbrio entre essas duas forças
opostas, é a transformação, mesmo que aparentemente implique em possíveis
perdas; é preciso aceitar o novo mesmo que ainda não estejamos acostumados a
ele, NÃO RESISTAMOS às transformações da vida, pois no final existe um único
objetivo em jogo- nossa
evolução. O ciclo de vida e morte é inerente ao processo de
evolução. Não há evolução sem transformação, não há mudanças sem questionamentos.
A quadratura Urano x Plutão nos
ensina que não é apenas uma questão de força para transformar estruturas
enraizadas, impulso para a liberdade, aceitação do novo. Essa quadratura nos
ensina também que é a coragem de ver a verdade, nua e crua, sobre quem somos e
o que somos. É na verdade uma luta de poder sobre a “alma humana”, onde poucos
ditam como as coisas devem ser, e a maioria é obrigada a seguir sem questionar,
porque há um sistema estruturado para se manter, e custa muito caro, ainda mais
transforma-lo.
E o que mais queremos no exato
momento é sair da MATRIX. Entretanto, será que temos a coragem de realmente
sair desse sonho? Ou pesadelo?
E a quadratura nos desafia, nos
obriga a encarar com coragem o processo. Mostra-nos de forma clara, que não há
como manter velhos padrões, ideias, sistemas, coisas que não funcionam mais. Mostra
que por mais que tentemos segurar, a vida se incumbirá de romper o laço.
É uma briga de Titãs, sem sombra
de dúvida, mas não aproveitar essa quadratura, é negar-se a usufruir da energia
desencadeada no atrito dos 90º. Pois ele é o combustível que necessitamos para
realmente realizar as transformações que queremos em nossas vidas. E há que se
ter coragem, sair da zona de conforto, daquilo que estamos acostumados, e ir em
frente! Como o louco do tarot em sua jornada, não temos segurança e muito menos
garantias, carregamos apenas o desejo de
mudar e abraçar as novidades, as soluções criativas perante velhos dilemas, o
alternativo, aquilo que não foi provado pela ditadura científica. É isso que
temos. E é tudo que necessitamos se realmente queremos ver grandes
transformações para um planeta melhor, talvez nem para nós mesmos, mas para
nossos filhos e netos e toda geração futura.
Paz e Luz!
Tania Lacerda.