segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal a todos e um Ano Novo repleto de Luz, Paz, Saúde, Amor e Harmonia sempre. Que consigamos realizar todos os nossos sonhos. Que nossa colheita seja de acordo com o nosso plantio.

Paz e Luz!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Pensando sobre Deus

Se pensar sobre Deus já é difícil, falar sobre Deus é algo quase que impossível, exceto se usarmos a imaginação e intuição, pois até pelo fato de se emitir qualquer conceito sobre Ele, já o limitaria. Entretanto, havemos de abrir nossas mentes para podermos decodificar, compreender as metáforas utilizadas, a fim de transmitir idéias transcendentais.

Digo sempre que nos assuntos de Deus, estamos no jardim da infância, e não há como falar do abstrato a uma criança, sem usar imagens concretas, para que sua mente absorva os conceitos. Pois, o conhecimento só pode consistir daquilo que está presente na mente. Aquilo que não penetra na mente não pode ser conhecido. Assim, só podemos conhecer o que os sentidos interpretam para nós. E à medida que os novos sentidos se abrem, mais planos de existência podem ser conhecidos. E embora, a percepção cesse na barreira da manifestação, só por analogia poderemos conhecer aquilo que está além dela. 

Considero Deus o estado de puro "ser", sem qualidades e sem história. Por isso, tudo o que podemos dizer d'ELE é que não é nada que conhecemos. Deus é a potência infinita que não ocorreu, como diria Dione Fortune.

Entretanto, acredito firmemente que qualquer um pode chegar até ele através do único caminho em nós mesmos, o nosso Templo Verdadeiro, como diria Mestre Itaoman, a nossa CONSCIÊNCIA, ou seja, esse processo só tem início quando se ultrapassa o próprio pensamento.

Porém, não há como explicar à mente um conteúdo com o qual ela não é capaz de trabalhar, contudo, através de uma série de símbolos em que a mente pode meditar, lhe permite armar gradualmente uma escada cognitiva para com esta subir às alturas que estão fora de seu alcance. 

Dione Fortune foi muito feliz ao escrever sobre isto quando diz que: “A origem das coisas é inexplicável nos termos de nossa filosofia. Por mais longe que remontemos em nossas pesquisas às origens do mundo da manifestação, encontraremos sempre um estágio de existência anterior. É apenas quando aceitamos lançar o Véu da Existência Negativa sobre o caminho que remonta aos primórdios que podemos obter uma base na qual se pode fundar a Causa Primeira. E essa Causa Primeira não é uma origem desprovida de raízes, mas, antes, uma Primeira Aparição no plano da manifestação. A mente não pode ir mais além, mas devemos lembrar sempre que cada mente remonta a distâncias diferentes e, para algumas, o Véu deve ser lançado num determinado ponto e, para outras, em outro bem distante.” 

Entretanto, não considero Deus incognoscível, apenas afirmo que Ele é desconhecido para o nosso estado de consciência. Quando a mente humana atingir o seu estágio mais alto de desenvolvimento, quando a consciência conseguir desligar-se dela, ficando, por assim dizer, sobre seus ombros, poderemos, quem sabe então, penetrar os Véus do Arcano Divino. 
(Tania Lacerda)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sob à influência da Lua Nova

Entramos hoje na Lua Nova, e para todos nós umbandistas a Lua é fator importantíssimo em nossos rituais. Como diz nosso Mestre Matta e Silva: “Ninguém e nenhum operador pode executar uma operação mágica de movimentação de forças pelo seu ângulo correto, através de batismos, afirmações, "Amacys", descargas ou mesmo de qualquer espécie de trabalho pela Corrente Astral de Umbanda, sem que conheça a influência oculta das fases da Lua e o que elas podem particularizar”. Sendo assim, vamos estudar um pouco sobre a influência da Lua Nova. Segundo os ensinamentos de Matta e Silva, que de uma forma brilhante comparou a Lua à Mulher; diz que a Lua na fase de NOVA, está como uma moça saudável, cheia de vitalidade, que irradia desejos, e sempre disposta. Ela, assim, está plena de energia, em estado de expansão e de atração, porque tem para dar. É desejada, porque pode dar sua seiva sexual em condições de pureza, virgindade, pronta para se transformar, enfim, para ser fecundada. Nessa fase de Nova, a Lua esparrama a sua seiva (os seus fluidos eletromagnéticos) vital sobre todas as coisas, especialmente nos vegetais, que recebem os elementos revitalizadores de sua energia purificadora. Nessa fase é quando verdadeiramente se deve colher os vegetais ou as ervas mágicas, terapêuticas. Portanto, é quando se devem preparar os "Amacys", os banhos diversos e secar as ervas para os defumadores (secar à sombra). Ainda dentro dessa fase é que se deve rigorosamente movimentar certas operações que impliquem preparações de médiuns e todos os trabalhos que se enquadrem em confirmações, preparações, batismos, cruzamentos de "congá" e, sobretudo, todas as operações mágicas ligadas a oferendas para fins materiais ou de benefícios pessoais, financeiros, etc. Finalmente: todo trabalho ou operação mágica para ficar firme mesmo - ter firmeza duradoura - e se conservar em sigilo e na força dessa condição deve ser feito nessa citada fase. E ainda: todo preparo com as ervas só deve ser feito com as folhas, quer para uso terapêutica propriamente dito, quer para os banhos, defumadores, etc., porque o fluido lunar, nessa fase, puxa e concentra mais a seiva dos vegetais para as extremidades, isto é, para as pontas. Ensina-nos ele ainda que de acordo com o caso em que vamos operar, se escolhermos os dias favoráveis de certos planetas, o sucesso da operação ainda fica mais garantido. Então vejamos: a) A Lua, em sua hora planetária noturna, dá mais força em qualquer operação ou trabalho para fins de desmancho (neutralizar uma demanda ou um trabalho feito para qualquer coisa - ou que pese numa pessoa, sobre uma casa: lar ou ambiente comercial, etc.). b) Mercúrio, em suas horas planetárias, dá mais força em qualquer operação mágica ou trabalho nos qual se pretenda vencer questões relacionadas com demandas na Justiça, assim como apressamento de processos, requerimentos, etc. c) Saturno, em suas horas planetárias, dá mais força em qualquer operação mágica ou trabalho com a finalidade de segurar qualquer bem terreno, ou firmar questões materiais ou, ainda, qualquer caso de ordem astral, porque o que for bem feito nessa sua hora fica firme e dificilmente dá pra trás. d) Vênus, em suas horas planetárias, dá mais força em qualquer operação ou trabalho mágico em que se pretenda ajudar alguém a vencer uma questão emocional, sentimental, etc.Também favorece muito nas operações em que se queira ajudar alguém em transações de compra e venda de qualquer coisa. e) Marte, em suas horas planetárias, dá mais força em qualquer operação ou trabalho em que se pretenda neutralizar uma demanda, seja ela de que natureza for. E também são próprias as horas favoráveis para as operações mágicas em que se queira escorar e favorecer alguém que esteja com grandes responsabilidades ou com negócios de grande vulto. f) Júpiter, em suas horas planetárias, dá mais força em operação ou trabalho para qualquer finalidade, seja de ordem puramente astral, espirítica ou mediúnica, ou que implique em benefícios materiais. g) O Sol, em suas horas planetárias, dá mais força em qualquer operação ou trabalho para qualquer finalidade, isto é, astral, espirítica, mediúnica, e de empreendimentos materiais, principalmente se estiverem relacionados com pedidos, concursos, contatos com autoridades ou com pessoas altamente situadas, das quais se pretendam favores diversos. Bem, mediante tais informações, aproveitemos os fluidos eletromagnéticos da Lua Nova, utilizando-os não só em preparações de médiuns e todos os trabalhos que se enquadrem em confirmações, preparações, batismos, cruzamentos de "congá", mas acima de tudo na preparação, confirmação e batismo de nós mesmos como seres renascidos, regenerados, recheados de Amor a tudo e a todos e cônscios de nossa responsabilidade perante este planeta, não como umbandista apenas, mas como seres em busca da evolução espiritual. 

Paz, Luz, Amor e Harmonia sempre!

sábado, 10 de novembro de 2012

Conveniência, Comodismo ou Covardia?


Já dizia Matta e Silva, que a indiferença, o comodismo, pode não ser conivência direta com o erro, com a exploração, mas talvez seja uma covardia espiritual.
Dizia mais, que aqueles que podem de alguma maneira cooperar no combate a
ignorância religiosa, à exploração sob qualquer aspecto já estão com o “dedo do astral” em cima. Que já foram apontados, fichados para esse mister.
É óbvio, que de maneira alguma, quis o velho Mestre dizer, que alguns eram mais evoluídos que outros, pois todos nasceram munidos de todas as possibilidades possíveis, entretanto, o livre arbítrio de cada um, permite a escolha daquilo que quer fazer com esta munição. O que talvez, muitos ainda não saibam, ou não tenham tomado consciência, é que todo direito dá deveres, portanto se você escolheu não fazer, saiba que terá o dever de arcar com as consequências de sua escolha. Essa é a Lei de Causa e Efeito.
Uma coisa é não fazer por não saber; outra coisa, é não fazer por não querer, por comodismo, ou por covardia.
Covardia? Sim! Porque toda escolha tem uma consequência, e todos sabemos que fazer também provocará um efeito, e precisamos estar preparados para ele. E tal efeito será bom ou ruim, dependendo da maneira com que lidaremos com ele; dependendo do nosso olhar a este efeito. E quem deixa de fazer algo por medo, é covarde!
Reza um velho ditado, que o pior mal, não está naquele que o pratica, mas naquele que podendo, nada faz para evitar que o mal continue. O que preocupa de verdade, não são os atos de alguns, mas o silêncio de muitos. E por isto, todos responderão.
Quando nada fazemos para evitar que a ignorância perdure, seja ela em qualquer área de nossas vidas, nossa postura é de comodismo do egoísta ou conivência ou covardia.
E ainda, citando Matta e Silva, ninguém foge a luta moral, ao combate espiritual, sem cair nas injunções sombrias do seu próprio Karma, pois ninguém dá as costas ao cego de espírito, aos de entendimento ofuscado e sobretudo aos que somente estão esperando “uma gota de luz”, tendo meios pra isso, sem que sofra as conseqüências de sua covardia espiritual.
Se acomodar por medo de estar incomodando alguém, é ilusão, pois, de qualquer forma iremos incomodar. Repetindo: qualquer escolha trará sempre uma consequência. A escolha de fazer algo, ou não, sempre trará uma consequência.
Portanto, se você pode e tem para dar, faça e doe, pois como já foi dito em outros escritos, a caridade é um processo de mão dupla. Ninguém ajuda, ou faz “caridade” pro outro; fazemos por nós mesmos. É na nossa ficha Kármica que constará o “crédito”. Porque todo aquele que faz  o possível para ajudar na evolução de seus semelhantes, está na verdade, fazendo por ele mesmo.
E nós, umbandistas não só de fato e de direito, mas muito mais de deveres, conhecemos o efeito da Lei: “é dando é que nos credenciamos a receber”.
Ler obras espiritualistas, esotéricas, espíritas e mesmo os Evangelhos, só para o seu “bem-estar”, não se preocupando em elucidar, quando tem oportunidade, é uma forma de egoísmo muito prejudicial a você mesmo.
E finalizo esta postagem com uma dica de Matta e Silva, que pagou todas as consequências, pela escolha de cumprir sua missão, que era iluminar o caminho de todos, principalmente a nós, umbandistas: Aquele que se inteira das grandes verdades pelas luzes que lhes são próprias deve espalhá-las, deve reparti-las, sempre que puder, sem que, com isso, queira apagar sozinho a “imensa fogueira do mundo”, porém, dê o seu “copo de água”.

Paz e Luz!

domingo, 4 de novembro de 2012

Estudando o vocábulo Umbanda



No início dos processos gráficos da língua Abanheenga, foram os mesmos formados por 5 sinais geométricos básicos:


ü      PONTO, que é a unidade em geometria, sendo associado ao número 1.
ü      LINHA, para ser delimitada, necessita de 2 pontos; assim, à linha foi associado o número 2.
ü      ÂNGULO surgiu da mesma forma: 3 pontos não co-lineares, isto é, que não estão na mesma linha, relacionando-se com o número 3.
ü      QUADRADO também surgiu pela união de 2 ângulos ou 4 pontos, 2 a 2 não co-lineares, isto é, 2 linhas não coincidentes mas paralelas, relacionando-se com o número 4.

Neste instante, observamos que os 4 sinais estavam e estão intimamente ligados ao sistema numeral e à geometria, importantíssimos fatores necessários para entendermos melhor os vocábulos litúrgicos ou sagrados. Entretanto, está faltando o 5a sinal letra – o círculo.
Vejamos como surgiu:
Os valores numéricos dos 4 primeiros sinais são os que se correspondem com os 4 pilares do conhecimento humano - Ciência, Religião, Filosofia e Arte; com os 4 elementos radicais da Natureza – Ar, Fogo, Água e Terra; com os 4 sinais sagrados que milhares de anos depois deram origem ao Tetragrama Sagrado de Moisés: EVE-I.
Somando-se os quatro numerais, formando uma síntese de:
1 + 2 + 3 + 4 = 10. Como resultado, obteve-se o máximo da década, o próprio número 10. Qual seria a figura geométrica que traduziria a Síntese dos 4? Outra não é senão o CÍRCULO, o qual encerra o TODO - infinitos pontos. 


Bem, vejamos, de forma resumida, o que expusemos, fazendo a ligação do sinal geométrico com seu valor numérico e seu som: 
Sabendo-se que a forma, o som e o número, é a base para a formação de termos litúrgicos sagrados, antológicos, ou seja, que surgem naturalmente, temos que, UMBANDA – AUMBHANDAM = CONJUNTO DAS LEIS DE DEUS:


Tendo em mãos estas informações, fica fácil entender como do próprio vocábulo Aumbandan surgem os vocábulos que vão denominar as 7 Potências Sagradas ou Vibrações Originais.
Observemos como esses 3 conjuntos de sinais se entrosam em outros sinais condensados geometricamente, para então chegarmos nos 7 Termos Sagrados que denominam as 7 Vibrações Originais.


Através desses entrosamentos chegamos ao O X Y — ou Y X O (o Verbo Divino) — o qual tem totipotência para nos fornecer autologicamente os Sete Termos Sagrados, mantrâmicos, das Sete Vibrações Originais ou Sete Linhas.



Necessário se faz aqui, a explicação de que na antiga civilização da Raça Vermelha, a 1ª letra era a que representava o vocábulo sagrado, era o seu princípio, o início; portanto, era a chave articuladora para o som do termo total. Por isso a demonstração do surgimento dos Sete Termos Sagrados através das letras iniciais.
Façamos agora mais uma centralização do vocábulo AUMBHANDAM.


Traduzindo temos que:

UMBANDA É A LEI; ESTA É O CÍRCULO OU A UNIDADE QUE ENCERRA O TRIÂNGULO, QUE EM VIBRAÇÕES DE EXPANSÃO GERA A TOTALIDADE OU O SETENÁRIO, CENTRALIZADO NO PRINCÍPIO DO CÍRCULO CRUZADO OU OXY = OOOXYYY.


A Palavra Umbanda segundo Matta e Silva

01. Por que Matta e Silva diz que a Umbanda é “a Magia Geradora a que muitos dão o nome de Teurgia”? 

Resposta: O termo Teurgia significa literalmente “obra divina” ou “o trabalho de Deus”. O prefixo “theoi” “significa “deuses” e “ergon” “obra” ou “trabalho”. Seu sentido particular, dentro das práticas mágicas, é fazer descer as divindades a Terra e estabelecer uma comunicação dos seres angélicos e deuses com os homens. Logo, entendemos que teurgia e Umbanda representam a busca, o caminho que se percorre na magia para o contato com o plano divino. Por este motivo tanto a teurgia, como a Umbanda são também conhecidas como magia branca ou magia divina. 

02. Por que Matta e Silva diz que a Umbanda é um termo místico, litúrgico, sagrado e vibrado? 

Resposta: Primeiramente, vejamos o significado de cada palavra. 
Místico – Vem de misticismo que é a prática, estudo e aplicação das leis que unem o homem à Natureza e ao Universo. 
Litúrgico – Vem de grego “leitourgía”, serviço público, serviço do culto. Conjunto das cerimônias eclesiásticas. = RITO 
Sagrado - Que recebeu a consagração, que se sagrou. Relativo ao culto religioso; santo; puro; inviolável. 
Vibrado - Ter som claro e distinto. 
Então, temos que a Umbanda é um termo místico porque une o homem à natureza e a Deus. É litúrgico porque se expressa; se manifesta através de ritos. É sagrado porque é puro. E vibrado, porque seu nome é uma vibração sonora – MANTRA.

domingo, 30 de setembro de 2012

Os símbolos




Disse-me certa vez um companheiro nesta minha jornada espiritual, que se quiséssemos nos comunicar com os Seres do Mundo Astral, seja ele Superior ou Inferior, teríamos que usar a linguagem dos símbolos, das cores e dos sons. Não só por ela ser melhor compreendida por estes seres, mas principalmente por nós mesmos.
E concordo com ele em gênero, número e grau, pois é muito difícil elevar a mente nas asas da metafísica até atingir o ar rarefeito da realidade abstrata. É preciso ter um símbolo concreto que o olho pode ver, e com ele representar a realidade abstrata que nenhuma mente humana pode conceber.
E a prova disso é que existem muitos símbolos que são empregados como objetos de meditação: a cruz, as formas de Deus no sistema egípcio; os símbolos fálicos em outras fés. E utilizamos esses símbolos como meios para concentrar a mente e nela introduzir certos pensamentos, evocando determinadas idéias e estimulando determinados sentimentos.
Utilizamos os símbolos por meio do qual vamos conseguindo ler os segredos dos poderes desconhecidos; em outras palavras, utilizamos o símbolo como um meio de guiar o pensamento do Invisível ao Incompreensível.
Ao meditarmos sobre um determinado símbolo observamos que existem relações definidas entre as suas partes. Há algumas partes sobre as quais conhecemos alguma coisa; há outras sobre as quais podemos intuir algo, ou, em outras palavras, a respeito das quais podemos ter um "palpite", raciocinando em função dos princípios primeiros. A mente salta de um princípio conhecido a outro conhecido e, assim fazendo, atravessa as mais diversas distâncias.
As coisas que os símbolos traduzem são inimagináveis - e, no entanto, a mente, correndo de um símbolo a outro, é capaz de pensar nessas coisas; e, embora tenhamos de nos contentar em ver através de um vidro esfumaçado, temos toda razão para esperar que, ao fim, vejamos essas coisas diretamente a as conheçamos por completo, pois a mente humana se desenvolve por meio do exercício, e aquilo que no início era tão inimaginável quanto a matemática para uma criança que não consegue resolver suas contas, chega ao limiar de nossa compreensão. Pensando sobre uma coisa, formamos conceitos sobre ela.
Parece verdade que o pensamento se originou da linguagem, não a linguagem do pensamento. Aquilo que as palavras são em relação ao pensamento, os símbolos o são no que diz respeito à intuição. Por mais curioso que possa parecer, o símbolo precede a elucidação.
E levamos maior vantagem, pois temos hoje muito mais coisas a extrair dos símbolos do que nos tempos da antiga revelação, pois nosso conteúdo mental é mais rico em idéias.
Cada símbolo, ademais, admite diferentes interpretações nos diferentes planos e, por meio de suas associações vai abrindo, assim, novos e vastos campos de aplicação, nos quais a mente viaja sem descanso, pois um símbolo leva a outro numa cadeia contínua de associações, e ambos se confirmam mutuamente, da mesma maneira como os fios de muitos ramos que se reúnem, sendo cada símbolo passível de interpretação nos termos de qualquer plano em que a mente possa estar funcionando.
Todo símbolo evoca imagens na mente; essas imagens, porém, não se desenvolvem ao acaso, mas seguem uma linha de associações bem definidas na Mente Universal.
Todo símbolo é para a Mente Universal, o que o sonho é para o eu individual, algo oriundo da subconsciência, que representa as forças ocultas.
Sabemos que as correspondências entre a alma humana e o universo não são arbitrárias, pois surgem de identidades em desenvolvimento. E que certos aspectos da consciência foram desenvolvidos em resposta a certas fases de evolução e, por conseguinte, incorporaram os mesmos princípios; conseqüentemente, reagem às mesmas influências.
Dione Fortune diz que “A alma humana é como um lago que se comunica com o mar por meio de um canal submerso; embora aparentemente o lago esteja cercado de terra, seu nível de água baixa ou se eleva com as marés, por obra dessa conexão oculta”.
Ocorre o mesmo com a consciência humana; existe uma conexão subterrânea entre as almas individuais e a alma do mundo, a essa comunicação se acha profundamente encerrada nos escaninhos mais primitivos da subconsciência, e é por essa razão que participamos do fluxo a refluxo das marés cósmicas.
Cada símbolo representa uma força ou um fator cósmico. Quando a mente se concentra no símbolo, ela se põe em contato com essa força; em outras palavras, um canal superficial, um canal na consciência, se estabelece entre a mente consciente do indivíduo a um fator particular da alma do mundo, e é por esse canal que as águas do oceano refluem para o lago. Por este motivo ao utilizarmos um símbolo e meditamos sobre ele, estabelecemos um ponto de união entre a sua alma e a alma do mundo. Essa união resulta num tremendo influxo de energia para a alma individual, e é nesse influxo que a Magia acontece.

Paz e Luz!

Tania Lacerda.

(Baseado em estudos da Cabala Mística de Dione Fortune)

sábado, 29 de setembro de 2012

Esta postagem vai em homenagem ao meu momento pessoal e a todos que muito ainda precisam fazer do exercício do perdão, um ato contínuo e diário, assim como eu.


A cada dia que vivo e aprendo com a vida, mais se reforça para mim a constatação de que o perdão vai bem além de uma atitude localizada e isolada, de que ele se aproxima de um exercício. É um conjunto de atitudes que vamos tomando e reavaliando, construindo novas interpretações da vida, descobrindo e escolhendo novos ângulos. O perdão integra uma série de ações internas e externas e precisa de tempo para se assentar.
As mágoas nos prendem ao passado e nos fazem temer o futuro, retiram o poder do presente e a abertura a vivê-lo. Ocupam lugar no nosso coração fechado, tornando difícil que outras emoções, outras histórias, outras experiências de vida possam florescer. Um coração cheio assim é um coração que se aproxima da realidade só pela metade. Então vamos ficando amargos, não só pelas vivências de mágoa, mas também pelo fechamento criado que faz com que nossa vida afetiva murche, e junto com ela nosso viço, nossa alegria, nossa disposição, nosso impulso criativo.
Muitas pessoas relutam em pensar em perdão por acreditarem que isso significaria abrir guarda a pessoas e situações que lhe fariam sofrer. Seguem vida a fora carregando suas histórias de sofrimento como se fossem escudos: "Agora ninguém me fará mal novamente, eu tenho essa história para me proteger". Só que esse escudo é pesado demais, grande demais e impede a visão plena, parece ser um grande espelho atrás do qual a pessoa se esconde e só vê os reflexos de si mesma com sombras do passado. Esse escudo não só protege de situações ameaçadoras, ele acaba por impedir qualquer tipo de contato e nos isola de nossa natureza humana relacional.
"Mas se eu não guardar minha história de dor, ela não será reconhecida, como se um pedaço meu fosse deixado de lado", algumas pessoas podem dizer. Sim, é importante reconhecermos cada pedaço de nós, mas não precisamos carregar as dores como se fossem troféus pesados numa sacola enorme. Precisamos reconhecer nossas cicatrizes como marcas do combate, mas sem peso e dor."Precisamos reconhecer nossas cicatrizes como marcas do combate, mas sem peso e dor."
Certa vez ouvi uma frase que clareou bastante para mim o significado mais profundo do perdão: "O verdadeiro perdão consiste em abrir mão da esperança de que o passado fosse diferente". Então, não é escancarar a porta da minha casa e da minha vida para quem me fez mal? Nem esquecer o passado? Pois é, o perdão que abre o coração é aquele que reconhece que o passado passou e que nada pode mudá-lo. Somente o presente bem vivido pode inserir novas pegadas nessa estrada. Perdão inclui ainda a necessidade de reconhecermos que nós também fizemos o que podia ser feito, o que demos conta de fazer, dentro das possibilidades que vislumbrávamos: autoperdão. Nos reconhecermos humanos, passíveis de erro e de acertos na tentativa do aprendizado.
Não se trata de varrer a poeira para debaixo do tapete. É na verdade um exercício de ver e sentir tal poeira do passado, identificar de onde vem e onde está. E, então, começar a limpá-la, se necessário buscar ajuda para isso, usar todos os recursos disponíveis para deixar a casa limpa e aberta para a brisa fresca dos novos tempos. Um coração que se abre para reconhecer e tratar de suas mágoas é um coração livre para bater de novo, no ritmo das emoções que surgirem aqui e agora.
(Juliana Garcia)


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Por que os pontos cantados são tão importantes para um terreiro de Umbanda?




O ponto cantado é uma prece, uma oração. Através deles, salvamos uma, ou várias Forças; pedimos ajuda para aflições, demandas, cargas negativas etc.
Sendo assim, os pontos devem ser entoados não apenas com a boca, mas com o coração. É preciso que um filho de Fé sinta o que está cantando, interiorize o seu cantar. Para saber cantar um ponto não é preciso o “dom do cantar”, é preciso apenas saber sentir.
São os pontos cantados o caminho vibratório por onde uma gira vai encaminhar-se. Se estes forem cantados com o coração, certamente esta gira tornar-se-á tranqüila, proveitosa e organizada, porque despertarão: a Fé, a Harmonia, a Paz etc. Assim como acontece cada vez que vamos fazer as nossas preces, de forma tranqüila, sem palmas, sem tambores, sem gritos, sem pulos, sem nada, apenas a nossa voz e Deus. Certos Filhos de Fé, inclusive, gostam de cantar pontos quando vão fazer suas preces, suas orações, e isso o fazem tranquilamente, em Paz.
Saibam vocês, que quando um ponto é cantado aos gritos, a plenos pulmões, ele fere a sensibilidade astral de quem tem e até mesmo de quem não tem.
Outro aspecto a se observar são as letras desses pontos, pois as mesmas devem estar repletas de imagens positivas que elevem o tônus vibracional de todos, facilitando inclusive a atuação das entidades espirituais. Por esta razão, os pontos de Raiz são tão importantes, primeiramente porque são pontos dados pelas Entidades espirituais e, por isso mesmo não se limita apenas a atuar em certas pessoas através do reflexo condicionado, ele penetra profundamente na alma de todos que têm sensibilidade para tal.
É importante ter em conta que a música é uma combinação harmoniosa de sons e que, tem cor, atrai ou dissipa certas energias, portanto, além dos aspectos místicos, o ponto cantado movimenta forças, movimenta a magia de Umbanda.
Saibam os Filhos de Fé que o som do atabaque, por ser destituído da qualidade chamada altura, produz ruídos e não sons musicais (é monocórdio). Além disso, por prestar-se mais a ritmos sob o compasso binário (o mesmo usado para as marchas militares, etc.), sua percussão retumba principalmente sobre nossas vísceras, ativando assim, num ambiente mediúnico, o atavismo, o animismo, o fetichismo.
Como a maioria dos brasileiros gosta de um bom pagode ao ritmo dos tantãs e atabaques, um simples bater dos instrumentos já começa a gingar. Porém, não podemos esquecer que isto é festa, é lazer, é divertimento profano e não culto religioso ou de aperfeiçoamento espiritual, até porque, os guias e protetores não são pagodeiros e o som produzido pelos referidos pagodes nada têm a ver com a faixa vibratória deles.
Dessa forma, haveremos de concordar, movidos apenas pela lógica pura e simples, que gostar de um "bom batuque" é lícito, é justo, mas daí a querer levá-lo aos nossos terreiros vai uma distância enorme.
 Afirmam alguns inclusive que: Com o som dos atabaques todos dançam, todos giram, todos gingam, todos pulam, todos gritam, mas incorporação que é bom, nada”!
Para quem interessar possa, deixo aqui algumas características sobre o ritmo e a frequência dos pontos cantados:
ü      Vibração Espiritual de Oxalá – os sons são místicos, predispondo à paz e às coisas do Espírito.
ü      Vibração Espiritual de Ogum – os sons são vibrantes.
ü      Vibração Espiritual de Oxossi – os sons são imitações da harmonia da natureza.
ü      Vibração Espiritual de Xangô – os sons são graves, isto é, são cantados "baixo".
ü      Vibração Espiritual de Yorimá – os sons são dolentes, melancólicos.
ü      Vibração Espiritual de Yori – os sons são alegres, predispondo ao bom ânimo.
ü      Vibração Espiritual de Yemanjá – os sons são suaves, predispondo à renovação afetiva emocional.
Finalizo o texto apenas reforçando o ensinamento dos guias e protetores da Sagrada Corrente Astral de Umbanda, quando afirmam que o ponto cantado possui uma função ímpar dentro do ritual de Umbanda, devendo ser-lhe dada a devida atenção, pois estão sendo movimentadas forças das quais poucos conhecem a existência.

Paz e Luz!
Tania Lacerda.

O Sermão da Montanha e a Umbanda




Matta e Silva afirmava e nos ensinou que o sermão da Montanha é a base da Umbanda.
Ghandi afirmava que: "se todos os livros sagrados da humanidade se perdessem, mas não O Sermão da Montanha, nada se teria perdido".
E apesar de sabermos, como cita Matta e Silva, em uma de suas obras: A doutrina de Jesus, tão antiga quanto as Eternas Verdades, jamais foi privilégio ou monopólio de uma religião ou de uma raça. Ela sempre foi relevada, em todos os tempos, de todos os modos, pois é infantil conceber-se que, somente há 2.000 anos, essa doutrina tivesse surgido, com o meigo Jesus, que teve o cuidado de afirmar não vir ab-rogar a Lei, e sim, confirmá-la... E ainda disse mais: - “a minha doutrina não é minha, mas Daquele que me enviou” (João, VII,16)”. Encontramos no Sermão da Montanha um conjunto de ensinamentos que é a base não só da Umbanda, ou de qualquer religião, mas de todo aquele que busca o caminho de volta para casa.

Este conjunto de ensinamentos se fundamentam em quatro pontos principais:
ü       O primeiro é que o objetivo de toda a vida espiritual é alcançar o reino dos céus que, significa voltar ao estado inicial de união com Deus.
ü       O segundo ponto é que para isso, o homem deve mudar de dentro para fora. Já que ele está imerso na materialidade, está tolhido por seus condicionamentos insensatos, então ele precisa se transformar. E deve agir, começando de dentro para fora.
ü       O terceiro ponto é que todas as ações do homem na Terra são regidas por uma grande lei conhecida como a lei de causa e efeito.
ü       E o quarto ponto, finalmente, é que existe um grande princípio de coesão no universo. Esse princípio de coesão, de união, é conhecido por nós como Amor. Esse princípio faz com que todas as barreiras possam ser transpostas, todos os impedimentos sejam dissolvidos para a reunião, para a união final do homem com Deus.

Esses quatro princípios são apresentados ao longo do Sermão da Montanha, como As Bem-Aventuranças. Que são ideais ou virtudes que devem ser alcançadas por todos que decidem seguir a senda que leva à iluminação plena. Representam a essência espiritual dos ensinamentos. E todas elas começam com “bem-aventurados”.
“Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o reino dos céus”.
O pobre em espírito é aquele que tem total ausência de egoísmo e orgulho, que foram substituídos pela humildade e modéstia. Então, para estes, verdadeiramente pobres em espírito, não existe mais a consciência de um eu separado. E, sendo assim, não existindo mais a consciência de um eu separado, realizou-se a união e foi alcançada a bem-aventurança.
Ensinamento este transmitido por nossos amados caboclos e pretos velhos a cada sessão em nossos terreiros, a cada consulta, mas principalmente a nós, seus instrumentos de trabalho, através de nossa mediunidade, onde é solicitado a todo o momento que o egoísmo, a vaidade e o orgulho sejam trabalhados dentro de nós, a fim de que possam ser substituídos pela humildade, amor e caridade.
“Bem-aventurados os mansos porque herdarão a terra”.
Quem seriam os mansos? Aqueles que se escondem atrás da pseudo resignação, onde a leitura é “Deus sabe o que faz”. Não creio nisso! Até porque toda a nossa vida é responsabilidade nossa, somos os únicos responsáveis por nossas escolhas, pensamentos, sentimentos e ações. Logo, não é Deus quem faz, mas nós mesmos. Colhemos aquilo que plantamos. Se aqui estamos, foi pelo nosso Livre Arbítrio, pela escolha da segunda via de evolução. E embora para alguns estudiosos e “Mestres” terrenos, mansos são aqueles iluminados que entendem que deve conformar-se à vontade de Deus, prefiro acreditar que a mensagem aqui é de que devemos atingir a sabedoria de que o nosso Karma é fruto de nosso plantio. E esta sabedoria é alcançada a partir do momento que executamos a primeira Lei a ser seguida, para os que buscam o caminho de volta: “Conhece a ti mesmo!”.

Só aqueles que conseguem isto, tornam-se mansos, pois conseguiram conhecer-se tão profundamente, alcançando um equilíbrio e controle sobre si mesmo, não permitindo que nada exterior abale seu estado de espírito. Nada externo consegue desestruturá-lo, pois sabem que todo obstáculo, toda pedra no caminho, estão ali pela Lei da Atração e a Lei de Causa e Efeito. Atraímos para nós aquilo que precisamos para a nossa evolução espiritual. Só os mansos, compreendem que o Karma, não é um castigo, mas a oportunidade de aprendizado. E só estes podem “herdar a Terra”, porque só esses são os senhores e nunca escravos das “coisas da matéria”.

“Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados”
Talvez esteja aqui, uma das maiores lições para os umbandistas, freqüentadores, e principalmente, aqueles que acham que Umbanda é uma religião de “solução de casos”.
A aflição aqui, não se trata de uma aflição pela perda dos bens, da saúde ou de um ser amado. Aqueles que se afligem pelas coisas do mundo, expressam seu apego pelo que foi perdido. E geralmente expressam esse apego com ressentimentos e mágoas, o que não é atitude espiritual. Verdadeiramente, a aflição que traz o consolo da bem-aventurança é a aflição pela ausência da graça divina.
As pessoas choram pela perda das coisas desse mundo, entretanto, devemos nos afligir pela perda do estado original de união com Deus. Aqui sim, perdemos aquilo que tínhamos de mais precioso: o deleite constante da Presença de Deus. A criação é, na verdade, uma saída do seio de Deus. Portanto, quando a alma, desperta para a realidade última, anseia voltar para o seio de Deus, para a união com o Pai Celestial. Esta é a aflição que faz com que a pessoa seja consolada com a bem-aventurança.

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados”.
No sentido espiritual, o que Jesus se referia como justiça era o conhecimento divino. Os que têm fome e sede do conhecimento divino sabem que devem buscar esse conhecimento avidamente, bater insistentemente à porta e pedir a graça de todo o coração.
São esses indivíduos que são referidos, mais adiante na Bíblia, como sendo aqueles que tomam o reino do céu pela força. Esses ativistas serão obviamente, saciados. Quando examinamos mais atentamente vemos que com o conhecimento divino, percebemos a divina justiça. A suprema justiça estipula que a graça seja concedida, na medida em que as pessoas se esforçam para obtê-la. E ela só pode ser obtida pela mudança interior; sempre! É isso que foi expresso como fome e sede de justiça. Então, quanto mais a pessoa se engaja na busca do conhecimento divino, quanto mais se esforça, quanto mais se engaja, maiores as chances de resultados favoráveis. No início da busca interior, a graça vem como inspiração e força para continuar o processo de mudança interior. Quando essa ocorre, chega finalmente o momento em que a graça se manifesta como a presença de Deus.

“Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”.
Apresenta-se aqui, mais uma vez, a lei de causa e efeito. Quem é misericordioso alcança a misericórdia, ou seja, colherás o que plantares.
Entretanto, percebo aqui, uma outra mensagem embutida neste ensinamento. Refiro-me à questão da “caridade”.
A Umbanda tem como mola mestra fazer a caridade, mas me pergunto por várias vezes caridade pra quem? Não seria esta ação um processo desenvolvido em mão dupla? Porque doar-se pela evolução do outro, é doar-se para a sua própria evolução.
O uso do Bem e do Mal é um processo reflexivo. É como se diz, atirar uma bola na parede. Logo, ser misericordioso, fazer caridade, fazer o bem é algo que estamos fazendo para nós mesmos. E acredito que aquele que faz por consciência de que está fazendo não pelo outro, ou não só pelo outro, mas por si mesmo, é bem aventurado. Porque ser bom, caridoso, misericordioso, não dá direito a nada, é um dever de todos os seres do planeta.
Por isso, não vamos aos nossos terreiros para fazer caridade pra ninguém! Não vamos aos nossos terreiros cumprir a nossa missão de médium! Vamos aos nossos terreiros, trabalhar na Umbanda, para a nossa própria evolução. Porém, como tudo conectado está; um ato, um sentimento, uma ação de Amor é irradiado não só a nós, nem ao outro, mas a tudo e a todos.
“Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus”.
A pureza referida não é somente uma pureza moral. O sentido espiritual de pureza de coração é a completa libertação do desejo pessoal. Quando há expectativa de retorno, em que a pessoa faz alguma coisa para obter algo, existe impureza de coração. Trabalhar para obter uma vantagem é uma atitude natural em nosso mundo terreno, mas não uma atitude espiritual. No texto desta bem-aventurança está implícito, também, o estado de união com Deus. Isto porque somente aqueles que se desapegaram inteiramente do eu, conseguem alcançar esta atitude de verdadeira pureza de coração.
Dentro da Umbanda essa “bem aventurança” nos é doada, nos é ensinada pelos espíritos que se apresentam sob a roupagem fluídica de crianças. Cabe a cada um percebê-la, sentí-la e compreendê-la.
“Bem-aventurados os que promovem a paz porque serão chamados filhos de Deus”.
A paz deve ser promovida tanto no interior como no exterior. Primeiramente, a paz aparece como decorrência da transformação do indivíduo, aguçando sua mente e despertando sua intuição. Com isso ele passa a entender as leis do universo, as leis da manifestação que regem a vida do homem. O resultado deste entendimento é compreensão de que a vida é o que fizemos para ela seja como é e não como gostaríamos que ela fosse. Com essa compreensão vem uma profunda paz. Uma vez alcançada essa paz interior, ela naturalmente se reflete na vida exterior do indivíduo, que não mais entretém motivações, pensamentos, palavras e, principalmente, ações egoístas ou cruéis. Ele, então, está interiormente em paz e transmite esta paz àqueles que o cercam. Portanto, aqueles que estabelecem a harmonia interior e transferem essa harmonia para o seu exterior, estão agindo como Deus espera de seus filhos. Conseqüentemente, eles serão chamados filhos de Deus. Essa é sem dúvida uma grande realização porque na nossa tradição, quem é chamado de Filho de Deus? Jesus, o Cristo é o filho de Deus. Então, aqueles que são os pacíficos, os que promovem a paz, estão expressando Cristo em sua vida diária, por isso são chamados de Filhos de Deus.
“Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça porque deles é o reino dos céus”.
Quem busca a verdade vive de forma diferente das massas. Todos nós percebemos que existem algumas pessoas que são, vamos dizer, diferentes, e quando as observamos com atenção, verificamos que elas têm um comportamento, uma ética, e certos ideais de vida que são bastante diferentes das massas. Por isso mesmo, as massas têm  certa desconfiança daqueles que são diferentes. Há sempre uma pressão das massas para o conformismo. Aqueles que são diferentes são tratados com desconfiança e, muitas vezes, são perseguidos. Foi isso que aconteceu com Jesus e com quase todas as grandes almas que procuram divulgar mensagens transformadoras. Esses reformadores são invariavelmente considerados subversivos pelo regime vigente e, quase sempre, são perseguidos.
Dentro da Umbanda essa bem aventurança reflete no próprio dia a dia do médium, pois ele é alguém, que se não é, pelo menos deveria ser, um guerreiro contra qualquer desequilíbrio. A sua função, a sua missão é retirar a Luz das trevas e iluminar a tudo e a todos. Acontece, porém, que os habitantes das trevas, o vão perseguir, tentando de várias maneiras fazer com que ele desvirtue de seu caminho e de sua missão. Cabe a ele, no entanto, agir com coragem, perseverança e destemor, consciente, de que a recompensa final, no plano físico, é coroa cravada de espinhos, pois os frutos do plano físico são amargos, mas doces ao Espírito.

Paz e Luz!
Tania Lacerda.

Aprendi na Umbanda

Aprendi na Umbanda, que os caboclos, preto-velhos e crianças, têm
como objetivo reafirmar, incessantemente, dentro do meio ou da
corrente humana, a Doutrina do Cristo Planetário.
Aprendi com os caboclos, preto-velhos e crianças de Umbanda, que
o egoísmo é uma das manifestações do desejo e é ele a causa de
todos os males e de todos os sofrimentos humanos.
Aprendi na Umbanda que estamos aqui, por conta desse egoísmo.
Pois quando o Espírito em seu Mundo Virginal expressou o desejo de
"melhor se conhecer" ou se "auto-experimentar", fez com que ele
descesse ao mundo dos planetas, implicando no seu condicionamento
de vida as formas facultadas pelas qualidades de energia
condensada em matéria, condições essas que o espírito ignorava e
por isso mesmo se viu preso às injunções dessa outra natureza. E
com isto, ele começou a experimentar essa nova Via de evolução
através dos reinos mineral, vegetal e animal, chegando por fim ao
gênero humano, sempre experimentando, errando e criando, dessa
forma o que conhecemos por Karma, dentro da roda incessante das
reencarnações.
Aprendi na Umbanda que a fim de acelerar a evolução de todos os
Seres ou Espíritos carnados ou desencarnados que estão situados na
faixa vibratória e Cármica da Corrente Astral de Umbanda, é que
existem esses Caboclos; esses Pretos-Velhos etc., olhando,
fiscalizando e ajudando de todas as maneiras positivas nos
ambientes astrais dos terreiros e das tendas, que dependendo dos
graus consciencionais dos seus praticantes, isso torna-se mais fácil,
ou tremendamente difícil para eles.
Aprendi na Umbanda que a verdadeira Casa de Umbanda é aquela
onde a Caridade é o pão de cada noite. É aquela onde os
umbandistas não se “apavoram”, nem se deixam envolver pela
ostentação, pela vaidade de seus irmãos ainda escravizados ao
aspecto exterior, vulgar, material das coisas que os olhos físicos
gostam de ver.
Aprendi na Umbanda que a verdadeira Casa de Umbanda é formada
por umbandistas conscientes, que não estão arraigados aos
exteriores que servem de escala e de contato para os planos
superiores. Quem se aferra a eles, são criaturas dentro do sagrado
direito de praticarem de acordo com seus estados de consciência
ou de percepção.
Aprendi na Umbanda com os caboclos, preto-velhos e crianças que o
Verdadeiro Caminho é o do Amor, no duplo aspecto da Renúncia e da
Caridade.
Aprendi na Umbanda que esses “Caboclos e Preto-Velhos”; são
verdadeiros mestres que não fazem escolhas pessoais, quando se
trata de fazer caridade ou incrementar a evolução das coletividades
humanas. E sabiamente se adaptam à mística, pelo relevo moral e
espiritual, étnico, místico, social e religioso de cada povo ou raça.
Onde o objetivo é atingir o estado de renúncia, porque é a forma de
dinamizar a própria matéria orgânica, pelas vibrações do espírito, nos
aproximando do Cristo, realizando gradativamente o Cristo em nós.
Aprendi na Umbanda que as entidades militantes da Lei de Umbanda
não têm como meta apenas atuar em médiuns de incorporação.
Não. Eles procuram médiuns com faculdades mais elevadas, a fim de
fazê-los missionários da luz. O objetivo dessas entidades é preparar
mediadores entre esses médiuns influentes ou com tendências afins
às luzes da verdade na própria consciência, para que possam ser
assim, os mediadores reais de suas mensagens ou ensinamentos,
veículos adequados aos contatos superiores dos Orixás intermediários
nas mensagens aceleradoras da evolução humana.
Aprendi na Umbanda com a tolerância, Amor e o sacrifício dos
caboclos, preto-velhos e crianças; que é a divina Magia da
compreensão e adaptação, que pode vencer nos terreiros, quando
impulsionam as criaturas pelos degraus da ascensão!
Aprendi na Umbanda que precisamos ser Amor-renúnciacaridade,
não para agradar a Oxalá, a fim de que ele interceda por
nós, pelo nosso egoísmo, no temor de um “Deus Justiceiro!”, que
nos espera em julgamento no dia do “Juízo”! Pouco adiantará uma
ascensão condicionada a este estado de consciência!~
Aprendi na Umbanda que precisamos elevar-nos ao Cristo,
realizando dentro de nós mesmos a consciência crística, que nos
conduzirá à consciência UNA, ao DEUS UNO!
Aprendi na Umbanda que UMBANDA é muito mais que
sincretismos ou similitudes das práticas que as criaturas
transformam na bizarria dos fetiches coloridos, que são os adornos
que a vaidade embala, como se fossem da Umbanda!
Umbanda é o movimento que repele todo e qualquer aspecto de
intransigência ou preconceitos de qualquer espécie, não se agarra a
princípios que não se pautem no paralelismo da evolução, da
concepção-inteligência-consciência! Umbanda não esmiúça os exteriores ou os invólucros grosseiros com os quais as criaturas
revestem esta Umbanda de todos nós, ou seja, os aspectos relativos
ou de sua apresentação, amoldados pelo conceito ou estados de
consciência dos seres humanos pelo que interpretam como
mediunidade.
Aprendi na Umbanda que os aspectos relativos da Lei de Umbanda
são atuantes e se adaptam a todos, através da simbologia, da
mitologia, da liturgia, do ritual, da magia, dos fenômenos espiríticos,
da ciência, da filosofia e, sobretudo, da Doutrina que suas
verdadeiras entidades militantes preconizam.
Aprendi na Umbanda que há um esforço das Hierarquias, por
intermédio de seus prepostos do Planeta Terra, a fim de incrementar
a evolução da raça, como que “forçando” seus estados de
consciência no caminho que conduz às coisas do além – do espírito,
pela lembrança, embora rústica, de sua origem e, também para
desviá-los dos dogmas e convencionalismos, pela livre expansão de
suas afinidades, que é a própria essência de seus pensamentos.
Aprendi na Umbanda que a maravilhosa magia que a Umbanda
revela está na sublime tolerância de jamais suas Entidades
indagarem qual religião ou crença daqueles que a procuram, para
este ou aquele fim. A única pergunta que fazem: É SE SOFREM –
traduzindo assim, exatamente, o pleno sentido da fraternidade.
Aprendi na Umbanda que os caboclos, preto-velhos e crianças
trabalham incessantemente para que os terreiros se esclareçam,
despojando-se das práticas e dos ritos que limitam o alcance,
espessando os “véus” da ignorância, prejudicando o despertar de
melhores concepções nas Eternas Verdades. Mas não desamparam
estes que assim praticam, enviando, dentro dos planos afins,
assistência correspondente a cada um destes planos ou graus.
Aprendi na Umbanda que os espíritos que chamamos de Caboclos e
de Pretos-Velhos e os que se apresentam na “roupagem fluídica de
crianças” são uns verdadeiros magos da psicologia popular, pois de
mil maneiras, sutis e oportunas, introduzem no subconsciente dos
que não têm o consciente ainda em condições de assimilar a
doutrina, os primeiros toques de percepção quanto à lei de
conseqüência, alertando-o no sentido do Bem e do Mal, objetivando
germinar em suas consciências os princípios positivos moraisespirituais.
Isto, porém, de forma sutil e oportuna, pela ação indireta
dos casos e das coisas que, comumente, levam as criaturas às
Tendas ou Casas de Umbanda.
Aprendi na Umbanda quão sublime é o trabalho, “neste campo
agreste”, dos “Caboclos e Pretos-Velhos”. E que somente um
observador consciente e perspicaz pode sentir o que de real e
positivo existe no mecanismo interno ou no modus operandi destes
espíritos quando atuam por intermédio de um veículo de FATO.
Aprendi na Umbanda o quanto há de tolerância, paciência e,
sobretudo persistência, ao ver uma Entidade de Luz, um mago,
revestir-se nos ademanos de um Preto-Velho, chegar ao ponto de
pitar, falar errado e outras coisas mais, para que assim suas palavras
se tornem mais aceitáveis por aqueles que, de outra forma, ficariam
espantados e descrentes.
Eles adaptam sua apresentação e seu modo de falar e agir de acordo
com o físico e as mentalidades dos que a procuram. É um caso
espantoso de “mimetismo” espiritual visando ao aproveitamento
integral à caridade completa.
Aprendi na Umbanda que precisamos elevar nossos pensamentos –
principalmente àqueles que já alcançaram um pouco além – e
agradeçamos, contritos, pois que a Sabedoria do Deus-Uno é infinita!
E como assim é, se apresenta sob qualquer forma ou aspecto – o
trabalho é apenas discernir entre o joio e o trigo.
Aprendi na Umbanda que o soerguimento moral-espiritual das
criaturas são frutos da sutileza dos esclarecimentos, que estes
Caboclos e Pretos-Velhos o fazem, daquela forma peculiar de dizer as
palavras pelo “linguajar” que varia com a tônica própria aos
entendimentos de cada um.
Aprendi na Umbanda que devo ser tolerante e compreensiva com
todos, pois que estes ensinamentos me são apresentados na
paciência dos caboclos, preto-velhos e crianças, que escutam, às
dezenas, todas as noites, o mesmo desfile de “casos e coisas”, sob os
mais variados e absurdos aspectos, exteriorizando desde o mais
“terra-a-terra”, às mais dolorosas condições morais que os humanos
Seres revelam, na ânsia que a ignorância e o egoísmo produziu.
Aprendi na Umbanda que as Entidades militantes – estes espíritos
que se “escondem” nas formas de “Caboclos e Preto-Velhos” –
exaltam o amor ao Cristo (o nosso Oxalá), para podermos realizar o
Cristo em nós, pois este Cristo que tanto veneramos na Umbanda,
como Oxalá ou Jesus, não é monopólio de nenhuma religião, sendo
como foi, e é, o símbolo do Amor-renúncia, para toda a Humanidade.
Aprendi na Umbanda com nossos Guias e Protetores a necessidade
de voltarmos à nossa “individualidade” virginal, que nós, como
espíritos, tornamos distinta, quando nos identificamos como unidade
simples, o um ou “ego” individualizado, pois teremos que ir
desprezando esta distinção, sobrepujando aspectos, a caminho da
Fonte Imanente, não para nos fundir, desintegrando a nossa
consciência no Todo: mandam que tenhamos em mente a integração
da verdadeira Unidade de Consciência, para nos podermos ir
“despindo” de individualidade ou personalidade, da maneira como as
distinguimos... isto é, até não existir mais a necessidade de ser “coisa
alguma” – anular todos os caracteres do egocentrismo.
Aprendi na Umbanda que a sua Lei é baseada nos Princípios da
Pureza, da Simplicidade e da Humildade.
Paz e Luz!
Tania Lacerda.
Baseado em NOÇÕES SOBRE A ETERNA DOUTRINA
DA LEI DE UMBANDA – W. W. da Matta e Silva
(Mestre Yapacani)

Hoje é dia de que?

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