sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Aprendi na Umbanda

Aprendi na Umbanda, que os caboclos, preto-velhos e crianças, têm
como objetivo reafirmar, incessantemente, dentro do meio ou da
corrente humana, a Doutrina do Cristo Planetário.
Aprendi com os caboclos, preto-velhos e crianças de Umbanda, que
o egoísmo é uma das manifestações do desejo e é ele a causa de
todos os males e de todos os sofrimentos humanos.
Aprendi na Umbanda que estamos aqui, por conta desse egoísmo.
Pois quando o Espírito em seu Mundo Virginal expressou o desejo de
"melhor se conhecer" ou se "auto-experimentar", fez com que ele
descesse ao mundo dos planetas, implicando no seu condicionamento
de vida as formas facultadas pelas qualidades de energia
condensada em matéria, condições essas que o espírito ignorava e
por isso mesmo se viu preso às injunções dessa outra natureza. E
com isto, ele começou a experimentar essa nova Via de evolução
através dos reinos mineral, vegetal e animal, chegando por fim ao
gênero humano, sempre experimentando, errando e criando, dessa
forma o que conhecemos por Karma, dentro da roda incessante das
reencarnações.
Aprendi na Umbanda que a fim de acelerar a evolução de todos os
Seres ou Espíritos carnados ou desencarnados que estão situados na
faixa vibratória e Cármica da Corrente Astral de Umbanda, é que
existem esses Caboclos; esses Pretos-Velhos etc., olhando,
fiscalizando e ajudando de todas as maneiras positivas nos
ambientes astrais dos terreiros e das tendas, que dependendo dos
graus consciencionais dos seus praticantes, isso torna-se mais fácil,
ou tremendamente difícil para eles.
Aprendi na Umbanda que a verdadeira Casa de Umbanda é aquela
onde a Caridade é o pão de cada noite. É aquela onde os
umbandistas não se “apavoram”, nem se deixam envolver pela
ostentação, pela vaidade de seus irmãos ainda escravizados ao
aspecto exterior, vulgar, material das coisas que os olhos físicos
gostam de ver.
Aprendi na Umbanda que a verdadeira Casa de Umbanda é formada
por umbandistas conscientes, que não estão arraigados aos
exteriores que servem de escala e de contato para os planos
superiores. Quem se aferra a eles, são criaturas dentro do sagrado
direito de praticarem de acordo com seus estados de consciência
ou de percepção.
Aprendi na Umbanda com os caboclos, preto-velhos e crianças que o
Verdadeiro Caminho é o do Amor, no duplo aspecto da Renúncia e da
Caridade.
Aprendi na Umbanda que esses “Caboclos e Preto-Velhos”; são
verdadeiros mestres que não fazem escolhas pessoais, quando se
trata de fazer caridade ou incrementar a evolução das coletividades
humanas. E sabiamente se adaptam à mística, pelo relevo moral e
espiritual, étnico, místico, social e religioso de cada povo ou raça.
Onde o objetivo é atingir o estado de renúncia, porque é a forma de
dinamizar a própria matéria orgânica, pelas vibrações do espírito, nos
aproximando do Cristo, realizando gradativamente o Cristo em nós.
Aprendi na Umbanda que as entidades militantes da Lei de Umbanda
não têm como meta apenas atuar em médiuns de incorporação.
Não. Eles procuram médiuns com faculdades mais elevadas, a fim de
fazê-los missionários da luz. O objetivo dessas entidades é preparar
mediadores entre esses médiuns influentes ou com tendências afins
às luzes da verdade na própria consciência, para que possam ser
assim, os mediadores reais de suas mensagens ou ensinamentos,
veículos adequados aos contatos superiores dos Orixás intermediários
nas mensagens aceleradoras da evolução humana.
Aprendi na Umbanda com a tolerância, Amor e o sacrifício dos
caboclos, preto-velhos e crianças; que é a divina Magia da
compreensão e adaptação, que pode vencer nos terreiros, quando
impulsionam as criaturas pelos degraus da ascensão!
Aprendi na Umbanda que precisamos ser Amor-renúnciacaridade,
não para agradar a Oxalá, a fim de que ele interceda por
nós, pelo nosso egoísmo, no temor de um “Deus Justiceiro!”, que
nos espera em julgamento no dia do “Juízo”! Pouco adiantará uma
ascensão condicionada a este estado de consciência!~
Aprendi na Umbanda que precisamos elevar-nos ao Cristo,
realizando dentro de nós mesmos a consciência crística, que nos
conduzirá à consciência UNA, ao DEUS UNO!
Aprendi na Umbanda que UMBANDA é muito mais que
sincretismos ou similitudes das práticas que as criaturas
transformam na bizarria dos fetiches coloridos, que são os adornos
que a vaidade embala, como se fossem da Umbanda!
Umbanda é o movimento que repele todo e qualquer aspecto de
intransigência ou preconceitos de qualquer espécie, não se agarra a
princípios que não se pautem no paralelismo da evolução, da
concepção-inteligência-consciência! Umbanda não esmiúça os exteriores ou os invólucros grosseiros com os quais as criaturas
revestem esta Umbanda de todos nós, ou seja, os aspectos relativos
ou de sua apresentação, amoldados pelo conceito ou estados de
consciência dos seres humanos pelo que interpretam como
mediunidade.
Aprendi na Umbanda que os aspectos relativos da Lei de Umbanda
são atuantes e se adaptam a todos, através da simbologia, da
mitologia, da liturgia, do ritual, da magia, dos fenômenos espiríticos,
da ciência, da filosofia e, sobretudo, da Doutrina que suas
verdadeiras entidades militantes preconizam.
Aprendi na Umbanda que há um esforço das Hierarquias, por
intermédio de seus prepostos do Planeta Terra, a fim de incrementar
a evolução da raça, como que “forçando” seus estados de
consciência no caminho que conduz às coisas do além – do espírito,
pela lembrança, embora rústica, de sua origem e, também para
desviá-los dos dogmas e convencionalismos, pela livre expansão de
suas afinidades, que é a própria essência de seus pensamentos.
Aprendi na Umbanda que a maravilhosa magia que a Umbanda
revela está na sublime tolerância de jamais suas Entidades
indagarem qual religião ou crença daqueles que a procuram, para
este ou aquele fim. A única pergunta que fazem: É SE SOFREM –
traduzindo assim, exatamente, o pleno sentido da fraternidade.
Aprendi na Umbanda que os caboclos, preto-velhos e crianças
trabalham incessantemente para que os terreiros se esclareçam,
despojando-se das práticas e dos ritos que limitam o alcance,
espessando os “véus” da ignorância, prejudicando o despertar de
melhores concepções nas Eternas Verdades. Mas não desamparam
estes que assim praticam, enviando, dentro dos planos afins,
assistência correspondente a cada um destes planos ou graus.
Aprendi na Umbanda que os espíritos que chamamos de Caboclos e
de Pretos-Velhos e os que se apresentam na “roupagem fluídica de
crianças” são uns verdadeiros magos da psicologia popular, pois de
mil maneiras, sutis e oportunas, introduzem no subconsciente dos
que não têm o consciente ainda em condições de assimilar a
doutrina, os primeiros toques de percepção quanto à lei de
conseqüência, alertando-o no sentido do Bem e do Mal, objetivando
germinar em suas consciências os princípios positivos moraisespirituais.
Isto, porém, de forma sutil e oportuna, pela ação indireta
dos casos e das coisas que, comumente, levam as criaturas às
Tendas ou Casas de Umbanda.
Aprendi na Umbanda quão sublime é o trabalho, “neste campo
agreste”, dos “Caboclos e Pretos-Velhos”. E que somente um
observador consciente e perspicaz pode sentir o que de real e
positivo existe no mecanismo interno ou no modus operandi destes
espíritos quando atuam por intermédio de um veículo de FATO.
Aprendi na Umbanda o quanto há de tolerância, paciência e,
sobretudo persistência, ao ver uma Entidade de Luz, um mago,
revestir-se nos ademanos de um Preto-Velho, chegar ao ponto de
pitar, falar errado e outras coisas mais, para que assim suas palavras
se tornem mais aceitáveis por aqueles que, de outra forma, ficariam
espantados e descrentes.
Eles adaptam sua apresentação e seu modo de falar e agir de acordo
com o físico e as mentalidades dos que a procuram. É um caso
espantoso de “mimetismo” espiritual visando ao aproveitamento
integral à caridade completa.
Aprendi na Umbanda que precisamos elevar nossos pensamentos –
principalmente àqueles que já alcançaram um pouco além – e
agradeçamos, contritos, pois que a Sabedoria do Deus-Uno é infinita!
E como assim é, se apresenta sob qualquer forma ou aspecto – o
trabalho é apenas discernir entre o joio e o trigo.
Aprendi na Umbanda que o soerguimento moral-espiritual das
criaturas são frutos da sutileza dos esclarecimentos, que estes
Caboclos e Pretos-Velhos o fazem, daquela forma peculiar de dizer as
palavras pelo “linguajar” que varia com a tônica própria aos
entendimentos de cada um.
Aprendi na Umbanda que devo ser tolerante e compreensiva com
todos, pois que estes ensinamentos me são apresentados na
paciência dos caboclos, preto-velhos e crianças, que escutam, às
dezenas, todas as noites, o mesmo desfile de “casos e coisas”, sob os
mais variados e absurdos aspectos, exteriorizando desde o mais
“terra-a-terra”, às mais dolorosas condições morais que os humanos
Seres revelam, na ânsia que a ignorância e o egoísmo produziu.
Aprendi na Umbanda que as Entidades militantes – estes espíritos
que se “escondem” nas formas de “Caboclos e Preto-Velhos” –
exaltam o amor ao Cristo (o nosso Oxalá), para podermos realizar o
Cristo em nós, pois este Cristo que tanto veneramos na Umbanda,
como Oxalá ou Jesus, não é monopólio de nenhuma religião, sendo
como foi, e é, o símbolo do Amor-renúncia, para toda a Humanidade.
Aprendi na Umbanda com nossos Guias e Protetores a necessidade
de voltarmos à nossa “individualidade” virginal, que nós, como
espíritos, tornamos distinta, quando nos identificamos como unidade
simples, o um ou “ego” individualizado, pois teremos que ir
desprezando esta distinção, sobrepujando aspectos, a caminho da
Fonte Imanente, não para nos fundir, desintegrando a nossa
consciência no Todo: mandam que tenhamos em mente a integração
da verdadeira Unidade de Consciência, para nos podermos ir
“despindo” de individualidade ou personalidade, da maneira como as
distinguimos... isto é, até não existir mais a necessidade de ser “coisa
alguma” – anular todos os caracteres do egocentrismo.
Aprendi na Umbanda que a sua Lei é baseada nos Princípios da
Pureza, da Simplicidade e da Humildade.
Paz e Luz!
Tania Lacerda.
Baseado em NOÇÕES SOBRE A ETERNA DOUTRINA
DA LEI DE UMBANDA – W. W. da Matta e Silva
(Mestre Yapacani)

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