domingo, 30 de setembro de 2012

Os símbolos




Disse-me certa vez um companheiro nesta minha jornada espiritual, que se quiséssemos nos comunicar com os Seres do Mundo Astral, seja ele Superior ou Inferior, teríamos que usar a linguagem dos símbolos, das cores e dos sons. Não só por ela ser melhor compreendida por estes seres, mas principalmente por nós mesmos.
E concordo com ele em gênero, número e grau, pois é muito difícil elevar a mente nas asas da metafísica até atingir o ar rarefeito da realidade abstrata. É preciso ter um símbolo concreto que o olho pode ver, e com ele representar a realidade abstrata que nenhuma mente humana pode conceber.
E a prova disso é que existem muitos símbolos que são empregados como objetos de meditação: a cruz, as formas de Deus no sistema egípcio; os símbolos fálicos em outras fés. E utilizamos esses símbolos como meios para concentrar a mente e nela introduzir certos pensamentos, evocando determinadas idéias e estimulando determinados sentimentos.
Utilizamos os símbolos por meio do qual vamos conseguindo ler os segredos dos poderes desconhecidos; em outras palavras, utilizamos o símbolo como um meio de guiar o pensamento do Invisível ao Incompreensível.
Ao meditarmos sobre um determinado símbolo observamos que existem relações definidas entre as suas partes. Há algumas partes sobre as quais conhecemos alguma coisa; há outras sobre as quais podemos intuir algo, ou, em outras palavras, a respeito das quais podemos ter um "palpite", raciocinando em função dos princípios primeiros. A mente salta de um princípio conhecido a outro conhecido e, assim fazendo, atravessa as mais diversas distâncias.
As coisas que os símbolos traduzem são inimagináveis - e, no entanto, a mente, correndo de um símbolo a outro, é capaz de pensar nessas coisas; e, embora tenhamos de nos contentar em ver através de um vidro esfumaçado, temos toda razão para esperar que, ao fim, vejamos essas coisas diretamente a as conheçamos por completo, pois a mente humana se desenvolve por meio do exercício, e aquilo que no início era tão inimaginável quanto a matemática para uma criança que não consegue resolver suas contas, chega ao limiar de nossa compreensão. Pensando sobre uma coisa, formamos conceitos sobre ela.
Parece verdade que o pensamento se originou da linguagem, não a linguagem do pensamento. Aquilo que as palavras são em relação ao pensamento, os símbolos o são no que diz respeito à intuição. Por mais curioso que possa parecer, o símbolo precede a elucidação.
E levamos maior vantagem, pois temos hoje muito mais coisas a extrair dos símbolos do que nos tempos da antiga revelação, pois nosso conteúdo mental é mais rico em idéias.
Cada símbolo, ademais, admite diferentes interpretações nos diferentes planos e, por meio de suas associações vai abrindo, assim, novos e vastos campos de aplicação, nos quais a mente viaja sem descanso, pois um símbolo leva a outro numa cadeia contínua de associações, e ambos se confirmam mutuamente, da mesma maneira como os fios de muitos ramos que se reúnem, sendo cada símbolo passível de interpretação nos termos de qualquer plano em que a mente possa estar funcionando.
Todo símbolo evoca imagens na mente; essas imagens, porém, não se desenvolvem ao acaso, mas seguem uma linha de associações bem definidas na Mente Universal.
Todo símbolo é para a Mente Universal, o que o sonho é para o eu individual, algo oriundo da subconsciência, que representa as forças ocultas.
Sabemos que as correspondências entre a alma humana e o universo não são arbitrárias, pois surgem de identidades em desenvolvimento. E que certos aspectos da consciência foram desenvolvidos em resposta a certas fases de evolução e, por conseguinte, incorporaram os mesmos princípios; conseqüentemente, reagem às mesmas influências.
Dione Fortune diz que “A alma humana é como um lago que se comunica com o mar por meio de um canal submerso; embora aparentemente o lago esteja cercado de terra, seu nível de água baixa ou se eleva com as marés, por obra dessa conexão oculta”.
Ocorre o mesmo com a consciência humana; existe uma conexão subterrânea entre as almas individuais e a alma do mundo, a essa comunicação se acha profundamente encerrada nos escaninhos mais primitivos da subconsciência, e é por essa razão que participamos do fluxo a refluxo das marés cósmicas.
Cada símbolo representa uma força ou um fator cósmico. Quando a mente se concentra no símbolo, ela se põe em contato com essa força; em outras palavras, um canal superficial, um canal na consciência, se estabelece entre a mente consciente do indivíduo a um fator particular da alma do mundo, e é por esse canal que as águas do oceano refluem para o lago. Por este motivo ao utilizarmos um símbolo e meditamos sobre ele, estabelecemos um ponto de união entre a sua alma e a alma do mundo. Essa união resulta num tremendo influxo de energia para a alma individual, e é nesse influxo que a Magia acontece.

Paz e Luz!

Tania Lacerda.

(Baseado em estudos da Cabala Mística de Dione Fortune)

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